Nesta vida não tenho muitas conquistas materiais, porém as histórias são diversas. Quem eu seria sem minhas histórias? Não seria eu.

domingo, 9 de março de 2008

Relembrando as longas histórias

Amsterdam, 16 de janeiro de 2007


Por aqui a vida vai me levando… e como diria a filosofia popular “há males que vêm para o bem”.
Como fiquei alguns anos sem qualquer rotina de treino de futebol e jogava apenas algumas vezes por brincadeira, meu corpo ficou “desacostumado” a treinar. Não… não virei preguiçoso, o que acontece é que demoro muito mais que o normal pra me recuperar de um treino, ou de um jogo. Por isso algumas dores nunca vão embora, pois quando elas estão sumindo eu treino aí elas voltam… será que isso tem algo a ver com a idade também?!
Por causa de uma delas fui obrigado pelo treinador a falar com um fisioterapeuta trabalha no clube no clube. Por sorte, o americano (o cara estuda aqui na Holanda e faz uns bicos lá no clube) não veio e quem estava lá era um holandês. Atendimento rolando, conversa vai, conversa vem e não é que o cara tem uma clínica de fisio, tem planos pra aumentar a clínica nos próximos meses e vai precisar de pessoas com a minha formação profissional! Por favor… cruzem os dedos!

Já vão quase dois meses que estou por aqui… meu holandês vai indo muito bem. Acho que já estou num estágio de uma criança de uns 10-12 anos (quando começamos a fazer as primeiras piadas e já conseguimos tirar sarro em algumas ocasiões!).

Outro dia estava andando numa rua comercial aqui em Amsterdam, daquelas que em São José dos Campos são conhecidas como calçadão. Eu sentia que andar alí era complicado, parecia que eu era o único que ia. Todo mundo vinha. Já não sou muito fã destes lugares, desse jeito então… por sorte encontrei o que procurava, caminhei em direção a loja que estava ao meu lado direito e percebi que tudo ficou mais tranquilo, já não esbarrava em mais ninguém. Antes de entrar na loja olhei mei intrigado pro calçadão e percebi que eu tinha andado todo o tempo na contramão!!!!!! Caramba… que vai… vai à direita. Quem vem… vem à esquerda. Tão simples.

Ontem eu me encontrei, aqui em Amsterdam, com uma amiga italiana que conheci no Porto. A Emanuella. Ela e o namorado, também italiano, vieram passar alguns dias por aqui. Já se iam mais de 3 anos e meio que não nos víamos. É sempre delicioso encontrar meus amigos de Portugal. A amizade que construímos por lá foi muito verdadeira. A magia do intercâmbio universitário é que ele reúne pessoas muito diferentes que num outro contexto nunca se reuniriam. Assim, quando nos encontramos fora daquele mundo onde tudo aconteceu, a amizade e o carinho ainda estão muito fortes mas alguma coisa parece ser diferente. Estar com esta minha amiga foi muito gostoso, nós tínhamos feito tanto no Porto, tínhamos tanto pra conversar e relembrar…por algum tempo ela foi a italiana de um brasileiro amigo meu, enquanto eu fui o brasileiro de uma italiana amiga dela. Este quarteto foi inseparável por algumas festas… fizemos coisas que vão ficar guardadas pra sempre. (“Luiz, posso contar aquela, daquela madrugada, depois daquela festa?!”). Este tipo de reecontro só nos mostra o quanto aquele ano foi especial. Momentos de profundo silêncio acompanharam quase todos os encontros que tive com meus amigos de intercâmbio… é tanto pra dizer e perguntar que as vezes não sabemos como começar.

Hoje a vida segue seu rumo, eu em especial tenho muito ainda pra conquistar, estou apenas começando. Mas como é bom poder, do alto de meus 27 anos (isso não é nada!!!!), reencontrar pessoas que me fazem lembrar de tudo que já fiz.


PS: um cartão postal de Morro de São Paulo iria ficar bem bonito numa parece aqui de casa

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