Amsterdam, 10 de maio de 2007
- “I’ll jump! I’ll jump!”
E a galera delirava!!!! – “Pula!”
Embaixo um casal de policiais, bem educados, pedindo pros dois malucos descerem. Algo inimaginável no Brasil.
No dia anterior tinha sido o “Dia da Rainha”. Acho que posso dizer com certeza que esta é a maior festa holandesa. As ruas de Amsterdam ficam forradas de pessoas, a maioria vestinho laranja e os canais ficam tomados por barcos. Foi a primeira vez que eu vi um congestionamento de barcos na minha vida!
Em cada praça encontramos palcos com show de músicas ao vivo ou um DJ. Muito bacana. Nos faz lembrar bem o nosso carnaval. Se alguém puder escolher um final de semana no ano pra vir a Amsterdam eu sugiro o final de semana do Koninginnedag. Deu pra aproveitar bastante a festa, ainda mais porque o clima colaborou... foi um dia de sol bem gostoso. A única frustração foi me encontrar com alguns amigos de meu time de futebol e perceber que ainda não cheguei num estágio que possa compreender um bêbado num dia de festa. Quem sabe no próximo ano.
Este dia é pra homenagiar o dia do aniversário de uma antiga rainha. A atual resolveu manter a data, dia 30 de abril, mas mesmo que este não seja seu aniversário as homenagens são direcionadas a ela. Eu não estou nem aí pra rainha, mas como a festa é boa eu me junto com certeza às homenagens. Agora só quero ver como vai ser quando a atual princesa for promovida... vou continuar festejando, mas saudar uma rainha que por baixo da camisa laranja veste azul e branco vai ser mais difícil. Enquanto pra todo mundo ela será rainha pra mim ela será “hermana”! hah
Como eu falei, é meio um carnaval. A bebedeira começa na noite anterior e se estende pelo dia todo... acho que alguns, principalmente os estrangeiros, em vez de curtir ressaca do dia seguinte resolvem retardá-las pelos CoffeShops da cidade. Sinceramente acho que os dois malucos fizeram isso.
Ambos estavam sobre uma grua que deveria estar sendo usada pra retirar os enfeites do dia anterior. Um deles continuava a gritar: “I’ll jump”. A galera, que é igual em todo o lugar do mundo, continuava a pedir: “Pula!” Os policiais, agora já com a ajuda dos bombeiros, e um grande colchão de ar embaixo daquilo, continuavam com a educada tentativa de convencer os dois malucos a descer.
A grua do carro dos bombeiros ajudou um dos policiais a se aproximar dos dois. O policial continuou educado até descarregar um frasco de spray de pimenta na cara de um dos doidos. O outro pulou! A galera delirou! O salto foi em direção de um canal que passava ao lado. Um foi preso com a cara toda ardida, o outro todo gelado!
O mês de abril aqui é marcado pela passagem do inverno pra primavera... nesta passagem contuma-se acontecer de tudo, é uma confusão climática só menos doida que os malucos da grua. Por aqui há um ditado: “April doet wat hij wilt!” (Abril faz o que ele quer). Ou seja, as quatro estações do ano podem ser vistas em intervalos de dias. Mas este ano abril fez o que eu quiz!!!!! Foi um mês de sol e temperaturas agradáveis. Muito bom pra pedalar, jogar tênis em quadra aberta e até pra ir à praia e entrar na água! Puta que água fria! O primeiro dia que eu sai de casa de bermudas e havainas foi incrível... o sorriso ia de orelha a orelha!
Bem, abril passou e infelizmente maio não vai fazer o que eu quero... o vento está forte pra caramba e a chuva vem e vai! Sair de casa voltou a ser aquela aventura de nunca saber se vamos chegar secos ao nosso destino.
Num dos ensolarados finais de semana de abril eu fui a um parque muito conhecido por aqui. Todo mundo quando pensa na Holanda pensa em algumas coisas específicas, dentre delas as Tulipas. É um parque que na verdade é um grande jardim com as mais variadas formas e cores de Tulipas que se possa imaginar. Tem hora que não se pode contar o número de cores vistas de uma só vez.
Eu sempre ouvi no Brasil que umas das maiores concentrações de japoneses no mundo fora do Japão está no bairro da Liberdade em São Paulo. Mas vou falar que depois da visita ao Keukenhof eu duvido desta afirmação. Atrás de cada Tulipa tem um japonês com uma câmera na mão. Isso quando a câmera não era um filmadora e eles não ficavam lá um tempo filmando uma flor. Eu concordo, é bonito pra caramba, mas é muito estranho ficar filmando flores se elas não vão piscar pra câmera, ou fazer uma pose...
Outro dia fui jantar com a Susanne num restaurante aqui perto de casa. Quando pedimos o cardádio ouvimos: “Sorry, I don’t speak dutch”. Como é comum isso por aqui! Há pessoas que vivem aqui durante muito tempo e não aprendem uma palavra de Holandês. Muitos dizem que como todo mundo fala inglês não há a necessidade de se aprender o idioma local. É muito bacana que quase todo mundo fala inglês, mas estou começando a achar que os holandeses deveriam ser um pouco mais franceses... Mas bem, numa outra mesa quando chamaram o tal garçom ele mais uma vez começou: “Sorry, I don’t speak dutch”. E na sequencia ele completou: “I don’t speak dutch because I came from (...). ” Como se fosse um impedimento pra quem vem do tal país aprender holandês. Ainda bem que ele não falou que era brasileiro.
Com a proximidade do verão o número de turistas aumenta, assim alguns fatos curiosos começam a aparecer. Não é raro quando alguns turistas se dirigem a alguma holandesa e perguntam: “Você pode tirar uma foto?”. Quando a resposta é positiva um dos turistas abraça a coitada e o outro vai registrar o momento! Só fico imaginando as histórias que devem ser contadas nos países de origem
Nesta vida não tenho muitas conquistas materiais, porém as histórias são diversas. Quem eu seria sem minhas histórias? Não seria eu.
domingo, 9 de março de 2008
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