Amsterdam, 27 de agosto de 2007
O final de semana foi movimentado aqui em Amsterdam. Foi a abertura da temporada cultural na cidade. Vários shows em vários locais, a maioria abertos ao público. O palco central ficava num bairro construído sobre uma ilha artificial. Por ser um canto novo da cidade as construções são completamente diferentes do que a gente pode ver pela cidade. Mas também é bonito... acho que vou começar a incluir a Ilha de Java nos próximos passeios turísticos que eu fizer por aqui...
A noite foi bem gostosa, aproveitamos bastante, mas a volta pra casa foi uma loucura, que trânsito. Todo mundo tinha que escoar pra cidade por uma única ponte... Uns queriam chegar rápido, outros não estavam nem aí... e o nível alcólico estava lá pra cima! No meio daquilo tudo ainda os “folgados” dos pedestres que fugiam das calçadas e vinham botar mais lenha na fogueira... o único alento é que nesse trânsito a gente não sente aquele cheiro de escapamento, afinal, estava todo mundo pedalando.
Falando em bicicletas... as bicicletas aqui em Amsterdam são quase sempre em modelos bem usados... por vários motivos pouca gente se arrisca a comprar modelos novos. A minha por exemplo... as partes que poderiam enferrujar já estão pra lá de enferrujadas. Ela tem um quadro velho, preto, e todo decorada com adesivos de coração, cada um mais colorido que o outro. O pedal vai o tempo apitando, parece um carro de boi, e por aí vai... Ainda acho muito engraçado ver bicicletas tão, ou mais, usadas que a minha carregando sobre ela um engravadado, ou uma senhora toda elegante...
Sinceramente, eu posso dizer que as holandesas pedalando no trânsito brasileiro causariam grandes acidentes. Fiquem tranquilas... não quero dizer que mulheres são barbeiras... Mas imaginem só uma mulher loira, alta, bonita (pra não dizer outra coisa) vestida com uma calça com cintura bem baixa, que quando ela se senta, quase todos os homens aí no Brasil ficam esticando o olho pra ver se o cofrinho vai aparecer? Pois é... imaginem essa mulher pedalando na sua frente (ou na frente do motorista ao seu lado, caso você seja mulher)? !
Mas bem, ainda haveria uma situação mais grave... imaginem que a mesma mulher, em vez de vestir uma calça com cintura baixa, tenha resolvido trabalhar de saia e que ela esteja pedalando na sua frente, mas no sentido contrário... seria colisão frontal na certa!!
Normalmente as mulheres de saia pedalam com uma das mão quase que em prontidão pra tentar impedir que o vento faça o que seria natural... mas o vento é sempre mais rápido e as saias voam com ele!. Outro dia estava chovendo um pouco quando ia pro trabalho... no caminho uma mulher pedalando de saia e segurando o guarda chuva. Imaginem o dilema dela.
No domingo, ultimo dia dos concertos abertos ao público, nós fomos mais uma vez ao palco daquela ilha... pegamos vários trechos de musicais que estão sendo apresentados por aqui. Vimos inclusive uma parte de um musical bem conhecido, “Les Miserables”. Achei bem bacana. Mas o mais interessante estava pra vir... no primeiro dia vimos um trecho do espetáculo “Afrika”. Uma espécie de Circo de Solei que conta apenas com artistas africanos e no qual tudo é relacionado com aquele continente. O cara parecia não ter ossos... foi incrível. Bem, se esta apresentação já tinha sido muito boa, imaginem a do Circo de Solei, que iria fechar as apresentações do final de semana... eu fiquei imaginando...
Logo que os musicais terminaram nos perguntamos, como poderia haver ali uma apresentanção do Circo de Solei com os instrumentos da orquestra que tinha acabado de tocar tomando tanto espaço no palco. Devia ser algum truque deles...
Um pouco antes das 10:30, horário marcado pro show começar, entram com uma mesa onde um DJ iria se apresentar... Circo de Solei com DJ... uma combinação interessante.
O DJ começa... ao fundo, um grande telão com imagens de um dos shows do Circo de Solei... As luzes e a fumaça aumentavam a minha ansiedade... A música tecno rolando e eu me perguntando: por onde os caras vão entar? O que eles vão fazer?
Eles são reconhecidos em todo o mundo como do melhor que há em entreternimento e espetáculo... eu estava prestes a ver um trechinho e de graça!!!
As músicas continuaram rolando... as imagens no telão também... o DJ tentava animar o público, eu não me animava... algumas pessoas começaram a ir embora, mas eu não quis ir... achei difícil acreditar naquilo tudo. Quando o “show” acabou vieram aplausos e vaias, eu colaborei com as ultimas... a Susanne tentava me animar... mas não dava... tinham roubado o doce desta criança.
E eu ainda tinha que enfrentar aquele trânsito louco pra chegar em casa!
Nesta vida não tenho muitas conquistas materiais, porém as histórias são diversas. Quem eu seria sem minhas histórias? Não seria eu.
domingo, 9 de março de 2008
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